22.6.10

04.09.2007 - 20:10

À medida que o comboio passava as pessoas olhavam curiosas.
A cabeça de uma pequena rapariguinha dos seus 16 anos estava a espreitar para fora do comboio, e à medida que ele andava mais depressa, mais ela punha a cabeça de fora, com um largo sorriso na cara, o seu cabelo loiro com manchas de castanho aqui e ali.
Meredith vivera sempre numa cidade pequena com a sua mãe e nunca visitara uma cidade grande como Seattle. A mãe, Delia, nunca tivera muito dinheiro e as coisas tinham piorado desde que o seu pai morrera quando ela tinha apenas 4 anos.
Mas agora era tudo diferente... Ela tinha trabalhado em part-time num café para ganhar dinheiro para fazer a viagem da sua vida e para pagar os estudos. Não tinha sido propriamente fácil, mas na sua opinião valera a pena, pois nunca na sua vida se sentira tão feliz.
Agora, depois de todo o esforço, de tirar uma boas férias em Seattle, ela teria milhões de portas, ela poderia escolher qualquer uma para o seu futuro, mas o que é que ela queria realmente?
Desde pequena que ela tinha o sonho de ir a Seattle, andar de ferryboat, mas agora que já tinha concretizado os seus sonhos, qual é que seria o seu próximo objectivo?
A brisa começava a ser cada vez menos à medida que o comboio abrandava, e o cabelo de Meredith já quase nem esvoaçava, ao contrário dos seus pensamentos, que voavam a alta velocidade dentro da sua cabeça.
Quando o comboio parou definitivamente ela pegou na sua pequena mala de viagem e saiu. Olhou à sua volta. O rio de um lado e os prédios do outro, em ambos o sol reflectia de uma maneira simplesmente fantástica, era um brilho que emanava alegria e esperança.
Meredith sentia que aquilo era o início de uma nova aventura, fosse qual fosse a sua decisão para o futuro, ela tinha a certeza que seria feliz no fim.

Hoje estive a fazer arrumações - a minha vida nos Maristas acabou, os exames (em princípio) acabaram, e eu descobri este texto num caderno de apontamentos ainda do 10ºano, quando ainda acreditava em sonhos impossíveis e coisas do género. De qualquer maneira, tenho tendência a perder folhas soltas e não gosto de perder os meus textos por isso, e como se enquadra nesta fase das nossas vidas (da minha, dos finalistas do 12ºano, de todos os que estão prontos a mudar algo na sua vida) achei por bem postar aqui, apesar de a escrita ser um bocado terrível e ter demasiadas referências a Anatomia de Grey. Lamento. Culpem o meu eu de 15 anos. Nem foi assim há tanto tempo, mas parece que passou uma vida inteira nestes 3 anos.

10.6.10

need to love.

I want to live in a field of daisies where it's neither too sunny or too cloudy for the rest of my life.
I want to go to Paris, again and again, travel across Europe and sleep on the streets, wake up with the smell of a new day.
I want to read every book there is to read and love them and keep them, with me, forever.
I want to listen to this music all the time and not get tired of it.
I want to dream, pretty dreams of clouds and stars and random crap that I find nice.
I want to dance. A lot. Dance and dance and dance until no one stands to watch me dance anymore.
I want to spin around and around and around and have a dress that spins as well as I do.
I want a lot, a lot of things, a lot of things that can't be done.
I want to fly.
I want to stop wanting.
I want and I don't.

this time is ours.

After tonight,
who knows where we'll be tomorrow
what if we're never here again?

After tonight
This will be a lifetime ago
so let's stay up until the sky bleeds red.

And we'll stop stop stop the world from moving
Stop stop stop the grass from turning
Stop this night from fading away




This time is ours
If I could hold this moment in my hands
I'd stop the world from moving
I'd stop the grass from turning


This time is ours
inside a frozen memory of us
And we are motionless, motionless
Gone like a dream that I have just awoken from
Fading away, just out of reach
And we are here, but I already miss you
even as you're lying next to me

And we'll stop stop stop the world from moving
Stop stop stop the grass from turning
Stop this night from fading away

This time is ours
If I could hold this moment in my hands
I'd stop the world from moving
I'd stop the grass from turning

This time is ours
inside a frozen memory of us
And we are motionless, motionless


And we'll stop stop stop the world from moving
Stop stop stop the grass from turning
Stop this night from fading away, fading away


This time is ours
If I could hold this moment in my hands
I'd stop the world from moving
I'd stop the grass from turning

This time is ours
inside a frozen memory of us
And we are motionless, motionless

This time is ours





MusicPlaylist
Music Playlist at MixPod.com



Acho que nada descreve melhor a noite de ontem como esta música. Só agora me apercebo que nunca mais vou ver grande parte das pessoas com quem passei anos e anos na mesma escola e ontem festejei o fim desta fase das nossas vidas. Para dizer a verdade, a noite de ontem, a noite do Baile de Finalistas, foi uma das melhores noites da minha vida, superou bastante as minhas expectativas e nunca me esquecerei dela.
Se ao menos o tempo não passasse e pudéssemos viver naquela noite para sempre, todos juntos, mas com a ideia que estamos prestes a enfrentar o futuro que nos espera. Porque a verdade é que nenhum de nós quer ficar nos Maristas mas também ninguém quer sair. E agora, quer estejamos preparados ou não, o tempo passa, a noite, a nossa vida naquela escola acaba e o futuro espera-nos, noutra escola, com outras pessoas, noutro sitio.
E desde que ninguém se esqueça dos momentos vividos, não há motivo para chorar - como tem sido o hábito nestes últimos dias - sim, foram momentos maravilhosos, mas agora é tempo de seguirmos em frente e viver mais momentos, bons ou maus, com outras pessoas.
15 anos... Não é pouco tempo. É uma vida. E agora está na altura de continuar a vivê-la.

7.6.10

nothing.

A música ecoa por todo o lado, como sempre ecoou, a diferença é que agora não significa nada.
Nada significa nada, nada, nada de nada. É o vazio maldito que não tem significado e não sabe a nada.
Cabelo por todo o lado - estou a agitar a minha cabeça ao som da música insignificante, não sei porquê.
Sinto o mundo a girar, a fugir-me debaixo dos pés, e não sinto nada, estou apática à espera que prossiga. Sinto-o a girar mas não significa nada, nada de nada.
Porque o nada tornou-se tudo e o tudo tornou-se nada, e o mundo, o meu cubículo ficou virado ao contrário, como as crianças julgam a China virada ao contrário, sem remédio ou volta a dar.
O vento sopra, muda de intensidade, o sol queima, aumenta a intensidade, eu não sinto, prefiro assim, leva a dor  da mudança para longe. Queria acreditar que a mudança era tudo o que eu precisava, mas o que eu precisava mesmo era do nada que agora tudo é.
Sinceramente já nada faz sentido, a inexistência é a forma mais comfortável de existir, e depois? Resta esperar que o nada nunca se transforme em algo.


6.6.10

control.

Ás vezes - a maior parte das vezes para dizer a verdade - gostava que todos os dias fossem assim: um domingo intemporal, em que existo apenas em espírito, num quarto demasiado arrumado, mas em que não é necessária a preocupação com a aparência exterior, em que tudo é mais fácil, e um livro para sonhar com mundos distantes, diferentes, retirados da minha rotina apertada.

A maior parte do tempo sinto-me culpada por desejar a facilidade, o caminho mais fácil, a imperfeição, mas a verdade é que enquanto a lógica pede uma coisa, o coração pede descanso, uma saída que ainda não encontrei e cada vez se parece mais com uma luz ao fundo de um túnel cada vez mais longo, escuro, estreito...
É domingo, depois segunda-feira, depois terça, e o ciclo semanal repete-se, as melhorias são até aparentemente visíveis no meu espírito, até a rotina apertada e controla se desmanchar e o medo aumentar e a confusão reaparecer e a ansiedade tomar conta de tudo arrastando-nos pelo abismo abaixo.