7.6.10

nothing.

A música ecoa por todo o lado, como sempre ecoou, a diferença é que agora não significa nada.
Nada significa nada, nada, nada de nada. É o vazio maldito que não tem significado e não sabe a nada.
Cabelo por todo o lado - estou a agitar a minha cabeça ao som da música insignificante, não sei porquê.
Sinto o mundo a girar, a fugir-me debaixo dos pés, e não sinto nada, estou apática à espera que prossiga. Sinto-o a girar mas não significa nada, nada de nada.
Porque o nada tornou-se tudo e o tudo tornou-se nada, e o mundo, o meu cubículo ficou virado ao contrário, como as crianças julgam a China virada ao contrário, sem remédio ou volta a dar.
O vento sopra, muda de intensidade, o sol queima, aumenta a intensidade, eu não sinto, prefiro assim, leva a dor  da mudança para longe. Queria acreditar que a mudança era tudo o que eu precisava, mas o que eu precisava mesmo era do nada que agora tudo é.
Sinceramente já nada faz sentido, a inexistência é a forma mais comfortável de existir, e depois? Resta esperar que o nada nunca se transforme em algo.


Nenhum comentário: