encostada ao chão de cimento sujo e frio, as minhas mãos e joelhos esfolados, as lágrimas pretas a caírem – parece cliché? Sim, cena habitual e ordinária da minha vida. Ponho-me de joelhos, imploro, a voz a falhar-me, por um momento de paz, por um momento de silêncio, mas a vida não me dá mais do que o escuro, o frio, a podridão, dá-me uma luta, que não quero, que não posso combater. Enrolo-me em mim fecho os olhos por dois segundos, mas a única coisa que consigo ver é uma grande fenda preta para onde estou a cair – não, não…! O meu cabelo, anteriormente brilhante e bem escovado, está desgrenhado, a cair, a tentar sair daquele inferno: talvez ele possa mas eu não.Gatinho – uma mão depois a outra, um joelho depois o outro – as feridas a arderem-me infectadas pelas bactérias de que a minha vida é feita. Isto dói, mas ninguém vê isso, isto é tão insuportável, e o único motivo pelo qual ainda o faço é porque sou fútil, porque ainda espero por um nascer do sol, porque ainda espero que o adversário tenha piedade de mim… Será que isso é ser estúpido? Querer que as coisas fiquem bem é ser estúpido, querer ter uma vida…?
Algo choca contra as minhas costas – é ela outra vez – e pergunto “Quando vais ter misericórdia? Quando vais parar?”. Mas ela não se importa nem com as respostas que procuro, nem com a dor que tenho, nem com nada que não seja tentar matar-me. Nem ela sabe o quanto vai ser ajudada: sinceramente também não tenho vontade de viver. Não uma vida assim, não uma vida em que um carinho é um chicote em riste. Não… Eu sou mais do que isso, eu sei-o, e por isso a minha escolha é… Qual será mesmo?
2 comentários:
ola!!
k lindo texto ate fikei sem palavras...
kaundo puderes passa no meu cantinho tenho la um carinho para ti.
tem um bom fim de semana
um bj
bom dia!!
fico contente k tenhas gostado do selo k te ofereci...;)
vai aparecendo mais vezes..
bom fim de semana e um beijinho
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