13.1.08

Caminho na escuridão

No escuro todas as coisas se tornam diferentes. Os amigos parecem inimigos, o frio invade-nos com mais facilidade, o amor desvanece-se mais rapidamente…
Agora aqui na completa penumbra eu pergunto-me se conseguirei alguma vez sair daqui, se conseguirei superar tudo aquilo que o futuro trará enquanto tento superar ainda o passado. As lágrimas rolam-me pela cara, correndo em direcção ao chão, sem se preocupar com o que ficou para trás. Porque não consigo eu ser assim? Porque é que não co
nsigo ser apenas mais uma gota no oceano? Porque é que tinha de pensar sempre de maneira diferente? Será que foi o passado que influenciou? Será que foi a opressão? A depressão…? As águas calmas do Oceano perdem-se de vista no horizonte. Sonho que talvez do outro lado deste oceano haja um mundo melhor, uma vida melhor, quem sabe…

Viro-me para trás. Apenas vejo um corredor escuro, sem fim, mas com tantos obstáculos…! Tenho até medo de dar um passo para trás pois posso cair. A minha única opção é entrar por esta porta que se abre à minha frente. Porém o caminho em frente aparenta-se tão sombrio como o que ficou para trás. Já não sei o que fazer… E acho que nem nunca soube. Apenas me guiei por falsas esperanças, trilhos inexistentes, portas invisíveis, sonhos de outrem. Porquê? Porque eu sou assim. Porque ainda acredito no melhor das pessoas, no brilho das estrelas, num baile de debutantes, porque no fundo, no fundo, ainda quero ser fútil e não acreditar na vida real.

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