29.1.08

Maybe... Another day trying to uncover the truth

Alaska, 18 de Janeiro de 2005

Há montanhas, há céu, há natureza, … Aqui neste comboio em movimento há tudo quilo que eu quero. Há neve, há silêncio, há distância entre nós. Há tudo aquilo que preciso. Há até um pedaço de papel onde eu te estou a escrever a minha despedida apressada e sem brio. Talvez merecesses mais, talvez não, quem sabe, talvez eu seja louca e este sítio seja como qualquer outro. Mas talvez também tu estejas cego para ver a beleza. Talvez não percebas o mistério, as histórias, o amor deste sítio porque estás “demasiado” cego. Talvez seja por isso que insistes em discussões fúteis, talvez seja por isso que não me podes mais amar. Talvez se olhasses para estas montanhas, para aquele lago que se começa agora a ver, se ouvisses o som do comboio a andar, o estalido da minha caneta a escrever desenfreadamente, se sentisses este frio tão quente, esta harmonia tão presente, o ódio inexistente, talvez percebesses. Talvez soubesses, talvez voltasses a ver. Talvez… Talvez tantas coisas. Mas neste momento talvez seja melhor assim: eu aqui enrolada no meu cachecol bordo, encolhida no meu lugar almofadado, a observar coisas que tu nem imaginas, e tu, aí ignorante, a desperdiçar todos e cada um dos segundos que vives. Tudo de bom para ti e para o teu cabelo espetado e irritante. Sempre com amor, Meredith

Um comentário:

O Profeta disse...

Este vento que sopra nos brandais
Leva de arrasto a minha alma
A proa estende-se adiante na vaga
Olhar de garça o meu coração acalma


Boa semana


Mágico beijo