26.1.08

Love Letter

Quarta-feira, 17 de Junho de 1981



Se eu pudesse dizer-te mil palavras eu não conseguiria descrever o que sinto por ti. Não há mil palavras que descrevam isto. Não há qualquer palavra que algum dia explique o quanto eu sinto a tua falta. Não há… Sabes como isso me deixa desesperada? Todas as noites eu choro a pensar em ti, em nós, no que fizemos juntos, no que não fizemos. Nos nossos erros, actos ingenuamente e futilmente feitos por nós dos quais mais tarde nos arrependemos. Estas lágrimas não são em vão… Cada lágrima rasga um pedaço do meu coração, e a pouco e pouco vou morrendo.

Não sei o que te hei-de dizer mais para te convencer de que te amo, não sei o que fazer mais para te dizer exactamente o que sinto. Eu nem sequer sei quando voltas, se voltas… Lágrima por lágrima esta carta vai ficando manchada, mas já não vês borrões de tinta. Agora provavelmente vês manchas de sangue que caem do meu coração ferido.

Desculpa por tudo que disse, porque nunca tive a intenção de te ferir, e esta certamente é a minha última carta para ti. Estou à demasiado tempo a sofrer por alguém que não me responde, alguém que não me quer. Estou à demasiado tempo a querer-te para aceitar que já partiste. No meu intimo tu ainda estás aqui, perdido, mas aqui. E portanto esta será a última carta que te envio, pois para além de não poderes estar mais comigo, eu sei que estás algures no fundo desse Oceano, por cima de uma nuvem nesse céu, sempre ao meu lado por entre as árvores e os frutos de Verão que costumávamos roubar…


Com muito amor,


Lilian

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